Arte
Por Juliana Andrade

Dupla 6emeia faz grafite em bueiros, tampas de esgoto e postes

Com o intuito de mudar o olhar do paulistanos os artistas Anderson e Leonardo resgatam cenários urbanos esquecidos pela população.

Os artistas Anderson Augusto e Leonardo Delafuente espalham arte pela cidade (Divulgação)

O 6emeia é um projeto dos artistas Anderson Augusto e Leonardo Delafuente que nasceu em junho de 2006 com o intuito de ocupar a cidade com grafites e propor um novo olhar e reflexão para quem passa pelas pinturas.

+ Escola grafite abre inscrições em São Paulo
+ Casa do Povo, conheça um dos maiores símbolos culturais de SP

As intervenções rolam em pontos que ajudam a construir o cenário urbano, mas não em qualquer muro liso de uma rua qualquer, mas sim lugares que geralmente são esquecidos pela população como bueiros, postes e tampas de esgoto.

A ideia dos artistas é mostrar que a arte não precisa estar em galerias e museus, mas também pode estampar até mesmo um bueiro. Quem poderia imaginar que uma boca de lobo poderia virar o retrato da Carmen Miranda? Ou ainda, da dupla Mario Bros e Luigi?

Em uma conversa a respeito do trabalho que fazem pelos bairros de SP, eles disseram que o retorno das pessoas é imediato. “Elas param, olham, perguntam e se expressam. Isso é super válido e precioso em um momento em que a arte é distante do público e altamente conceitual. Dificilmente as pessoas que nos param para conversar, durante a semana vão para galerias ou museus”, conta a dupla.

Continua depois da publicidade

Claro que nem sempre é tão fácil sair grafitando pelas ruas e, às vezes, a polícia se torna um empecilho. Mas, fora isso, a dupla diz que a ação é bem-vinda. “Toda saída para pintar já rende boas histórias. O trajeto, o ato, a consequência, sendo ela boa (vizinhança) ou ruim (polícia) sempre acontece. O mais inusitado foi encontrar uma procissão nas ruas da Barra Funda enquanto pintávamos.”

São mais de seis anos recheando as ruas da cidade com cores e alto astral, mas a vontade de se expandir não para de crescer. “Queremos realizar intervenções cada vez maiores e mais impactantes. Porque o que está dentro fica, e o que está fora expande. Não é sonho, porque em breve queremos faze-las”.

Por Juliana Andrade

Atualizado em 19 Mar 2014.