Neste mês, a capital francesa inaugura a maior exposição dedicada à Tarsila do Amaral no continente europeu, após um século de seu destaque no cenário artístico. Com 150 obras e uma curadoria de três anos, feita por Cecilia Braschi, a mostra ficará em cartaz até 2 de fevereiro no Musée du Luxembourg, em Paris, e celebra a brasilidade e a ousadia vanguardista da pintora paulistana.
Conforme o portal O Globo, entre as atrações, estão obras inéditas dos anos 1940 a 1960 e arquivos pessoais da artista, como rascunhos, anotações e um álbum de viagens, que levam os visitantes a uma jornada pelo seu espírito aventureiro.
Filha de fazendeiros, Tarsila nasceu em 1886 em Capivari, no interior de São Paulo. Ela teve uma infância rural cheia de cultura e influências europeias. Sua conexão com Paris começou na década de 1920, quando se mudou para a cidade com seu parceiro da época, o escritor Oswald de Andrade.
Juntos, se destacaram no cenário artístico parisiense, cercados por figuras influentes como Fernand Léger, Picasso, Stravinsky e Brancusi. "A Tarsila tinha muito orgulho do seu país. Ela trazia pinga do Brasil e dava festas no seu ateliê com feijoada e caipirinha", conta Tarsilinha, sobrinha-neta da artista, que cuida de seu legado há mais de duas décadas.
Além disso, a alta-costura francesa, assim como o meio acadêmico, teve um grande impacto nas criações de Tarsila. No quadro “Autorretrato” (“Manteau rouge”), que faz parte da exposição, ela aparece usando um casaco vermelho do estilista Jean Patou.
“Ela também usava muito Paul Poiret; os dois compartilhavam um estilo exótico que ela adorava. Esse visual diferenciado para a época se tornou uma marca dela”, explica Tarsilinha, sobrinha-neta da artista.
Vale mencionar que a mostra de Tarsila entrelaça temas como amor, moda, arte, Brasil e França, celebrando a vida da pintora e demonstrando que ela conquistou o legado que sempre desejou. Você também pode conferir algumas obras que estarão em exposição neste link.
