Além de ser incrível pelo seu acervo, oferece extensa programação cultural gratuita.
Museu em São Paulo
Infelizmente nem todas as pessoas conhecem a Fundação Ema Klabin. Infelizmente porque a casa, como já foi chamada, é um verdadeiro oásis no meio do caos paulistano e parece um refúgio ou um paraíso escondido, tendo em vista que estar entre seus cômodos e jardins faz com que nos sintamos em um lugar completamente diferente de todos os que já estivemos antes.
Quando Ema Klabin nasceu, no ano de 1907, São Paulo já era a Metrópole do café, mas, surpreendida pela Primeira Guerra Mundial, mal conheceu a Belle Époque e precisou residir-se na Suíça com sua família, retornando ao Brasil muitos anos depois.
Com a prosperidade da empresa familiar, seu pai resolveu comprar uma nova residência, que refletisse o status adquirido e proporcionasse conforto. Depois, passou a investir no loteamento do bairro do Jardim Europa, revendendo os terrenos, aumentando seu capital, e também presenteando seus filhos.
Assim, Ema adquiriu sua casa e, desde então, era evidente que gostaria que esta se destacasse da vizinhança e expressasse sua personalidade.
O Guia da Semana esteve lá (hoje é uma Fundação) e conta tudo o que encontrou.
Fundação Ema Klabin
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Endereço: Rua Portugal, 43 Horário: Visitas agendadas às terças e quintas, às 14h, 15h, 16h e 17h; às sextas, as visitas são livres e gratuitas Preço: R$ 10 ou R$ 5 para estudantes ou idosos. Agendamento: Entre em contato pelo número: (11) 3062-5245 ou pelo e-mail: educativo@emaklabin.org.br.
EMA KLABIN
O pai de Ema foi um dos fundadores das indústrias de papel e celulose Klabin – a maior produtora e exportadora de papéis do Brasil. Vivendo entre Brasil e Europa e sob tutela de professores particulares, tornou-se admiradora de artes plásticas, ópera e música, demonstrando desde cedo apreço pelo colecionismo.
Para quem não sabe, a Fundação Ema Klabin era, na verdade, a própria casa onde a colecionadora morou. Então, apesar de ser um museu e um lugar de pesquisa, o local foi conservado exatamente como era na época em que ela vivia. Assim, logo que entramos, a sensação é de que somos abraçados por ela e todo o seu universo, fazendo da visita um passeio extremamente aconchegante e agradável.
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CORREDOR
O corredor da casa não tem apenas a função de unir todos os cômodos. Ele serve também para expor uma parte da coleção de Ema - costume do Rei do Palácio de Sanssouci.
A galeria da Fundação liga a ala social à ala íntima e o desenho das escadas já deixa a parte íntima mais reservada.
JARDIM
O projeto da casa foi inspirado no Palácio de Sanssouci, localizado na Alemanha. Hoje, é onde acontecem diversos eventos - a maioria deles gratuito - como shows, palestras e cursos.
SALA DE JANTAR
A sala de jantar é posta de uma forma a cada semana. Ema foi criada na Europa e absorveu costumes minuciosos de etiqueta com a casa e, principalmente, ao receber visitas. Em cada local da mesa ficavam, além das pratarias e porcelanas, uma etiqueta com o nome de cada convidado, marcando seus devidos lugares.
A sala conta com ítens de arte barroca. As placas ao fundo, por exemplo, foram adquiridas em um leilão e vieram de uma grande igreja. Já os quadros, predominam os de natureza morta, também um costume europeu que reproduziu.
CADERNO DE JANTAR
Para realizar seus jantares, a colecionadora anotava, detalhadamente, tudo em um caderno: o cardápio, a disposição da mesa, os convidados, a cor da toalha e a louça utilizada.
Muitos famosos, como Assis Chateubriand, Magda Talhaferro, João Carlos Martins, José Mindlin, eram recebidos por ela.
HALL DE ENTRADA
Ema gostava de diversidade e buscava a opinião de diversos artistas e colegas críticos para adquirir suas obras. No hall de entrada, a mistura de elementos artísticos - tanto de estilo, como o tapete belga, escultura italiana e objetos chineses; quanto de períodos artísticos.
QUARTO DE HÓSPEDES
O quarto de hóspedes possui mobiliário luso brasileiro e acabou sendo usado mais por sua irmã Eva, que morava no Rio de Janeiro e também era uma colecionadora. Ema optou por pintar as paredes de azul, pois queria que ela se sentisse em casa, tendo em vista que a irmã gostava da cor.
QUARTO DE EMA KLABIN
O quarto de Ema é um dos pontos altos da casa - se é que é possível escolher um. Ele possui muitas artes africanas, mas predomina a modernista brasileira, pois na época em que montou a coleção, esse tipo de arte não era muito vista e aceita pelos colecionadores. Por isso, deixou na ala íntima, para um gosto mais pessoal.
BANHEIRO DE EMA KLABIN
O banheiro é de mármore e na época em que Ema morava lá, possuía um aquecedor que passava por debaixo do piso para que ela não pisasse no chão frio. A banheira, o chuveiro e o vaso ficam de frente para uma janela com vista para o jardim.
SALA DE ESTAR
Depois dos jantares, Ema reunia os amigos na sala, onde fazia alguns saraus. As colunas ao fundo também são de igrejas e alguns objetos em bronze são os mais antigos da coleção e datam do século 13 a.C.
Um armário também possui algumas porcelanas chinesas feitas para os europeus, chamadas Compania das Índias. Ema tinha muitas coleções de porcelanas e pratarias.
QUADRO DE FRANS POST - VISTA DE OLINDA, 1650
Peça central da coleção de Ema Klabin, reunindo a paisagem brasileira à tradição da arte européia, esta tela retrata as ruínas da cidade de Olinda durante a ocupação holandesa do século XVII. Fez parte da coleção do rei Luis XIV da França.
SALA DE PIANO
O piano é centenário, do ano de 1911 e Ema ganhou do pai. Nessa sala, a colecionadora recebeu muitos amigos pianistas e fazia muitos saraus. A sala também possui quadros do Chagall, o que é raríssimo, de 1925 e 1957.
Os painéis ao fundo foram feitos para decorar as paredes de grandes palácios.
BIBLIOTECA
A biblioteca era o lugar preferido de Ema na casa. Era onde recebia os amigos mais próximos e passava horas lendo. Sua coleção é bem variada, desde literatura estrangeira e brasileira, a exemplares de teatro, filosofia e política, contando também com títulos raros, como, por exemplo, um Livro de Horas do século XV. José Mindlin ajudou Ema a montar sua biblioteca. Ambos eram muito próximos e passavam horas conversando sobre o assunto.
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