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Por Marco Sá

Roteiro de Arte Urbana no Rio de Janeiro

Conheça ótimas intervenções pela Cidade Maravilhosa, com graffiti, colagens e diversas outras técnicas que nos libertam do cinza.

Graffiti de Marcelo Ment no Vidigal (Divulgação)

As palavras do profeta Gentileza sempre deixaram um rastro de esperança por quem quer que passasse pela Zona Portuária. É uma tarefa e tanto definir a arte urbana, já que sua principal característica é justamente a liberdade.

Integradas à cidade onde estão, levando alguma mensagem de amor, de esperança, ou simplesmente chocando com tantas cores e formas, é impossível ficar indiferente às manifestações. A mais conhecida vertente da street art é o graffiti, mas temos também colagens e técnicas como o estêncil e serigrafia. O Rio de Janeiro, cosmopolita que é, tem um monte dessas belezas que colorem nosso dia a dia. O Guia da Semana preparou um roteiro especial pra você ver e reconhecer cada canto.

Galpão Gamboa


Ele é conhecido por pintar o diabo, literalmente. Pelas ruas da Zona Norte, principalmente, é possível ver colagens e grafites de Rafo Castro. Esses são do Galpão Gamboa, uma casa de shows e teatro na Zona Portuária.

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Metrô Flamengo


Talvez os lugares preferidos dos grafiteiros sejam as estações de metrô. É quase uma regra! Esta de Bruno Zagri fica na estação de metrô do Flamengo, entrando pela rua Marquês de Abrantes. Bruno agora vive em Maceió, e segue colorindo as cidades pelo mundo afora.

Zona Portuária


A região está em processo de revitalização, ganhando museus (o MAR já está pronto) e é um dos polos culturais da cidade. Entre tantas novidades, temos o maior painel de graiffiti do Brasil! Organizado pelo artista Toz, ocupa uma área de 2.100 m² na rua Coelho e Castro, na lateral do prédio que pertence às Lojas Americanas.

Favela do Vidigal


Em 2012, a comunidade que fica entre Leblon e São Conrado recebeu uma UPP. Antes disso, já recebia belezas como essa de Marcelo Ment. Marcelo é um dos mais conhecidos e respeitados artistas da cidade e suas cores, principalmente a personagem Alice (foto), podem ser vistos por toda a cidade, desde os Arcos da Lapa ao Engenhão.

Homegrown


Uma mistura de loja com galeria de arte, lá pode-se encontrar tênis, bonés, camisetas exclusivas, revistas e toy arts, além dos lançamentos e exposições dos artistas de rua. Na foto, serigrafia numerada de Leo Uzai, que também é mestre em xilogravuras, à venda na loja em Ipanema.

Rodoviária Novo Rio


Nos arredores do Porto do Rio não é somente as palavras do profeta Gentileza que trazem um pouco de cor aos engarrafamentos. Por ali, é possível ver inúmeras pinturas de artistas desconhecidos. Esta fica próxima à entrada da Rodoviária Novo Rio e trazem um pouco de alegria a quem chega ou deixa a cidade.

Pedra do Sal


Lugar de extrema importância na formação cultural da cidade, a Pedra do Sal fica no bairro da Saúde, nos arredores da Praça Mauá. Tombada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural, fica a cerca de 100 metros do Largo da Prainha, onde se encontravam grandes nomes do samba como Donga, João da Baiana, Pixinguinha e Heitor dos Prazeres. A colagem da foto de Martin Escriche, do Graffity My Rio, reverencia a cultura local, unindo manifestações culturais tão distintas quanto urbanas.

Olho da Rua


O espaço cultural fica em Botafogo e é uma mistura de loja de design, galeria de arte e café. Viabilizado por um grupo de investidores, vez ou outra tem alguma ocupação por lá, com mistura de música e exposição. A foto acima é da última ocupação, em março de 2013.

Lagoa Rodrigo de Freitas


A construção estava tomada pelo cinza, com uma tinta anti-graffiti. Pois o coletivo MUDA foi lá e colou esses azulejos coloridos, devolvendo vida ao redor da nossa querida Lagoa.

Museu de Arte Contemporânea de Niterói


As "flô" de Júlio Ferretti começaram na Zona Norte carioca, e é possível ver várias de suas xilogravuras e pinturas pela Tijuca e arredores. Expandindo um pouco, essas ficam no MAC, em Niterói.

Para finalizar, assista a esse vídeo de Martin Escriche. Filmado durante um circuito de grafite na Ladeira dos Tabajaras/Morro dos Cabritos e também no bairro Ciudad Bolívar, em Bogotá, na Colômbia, durante um comercial de TV. É muito interessante notar como se cruzam culturas tão diferentes, provando que a arte é mesmo uma linguagem universal.

Por Marco Sá

Atualizado em 5 Jun 2013.