Para tornar nossa conversa mais ilustrada apresento-lhes um personagem bastante caricato: João de Deus. Ele é um homem comum, comumente chifrado. Um homem de futuro incerto, pois, depois do seu último chifre muita coisa vai mudar.
O chifre, aquele apêndice que vai sobre a cabeça de alguns animais adultos como o boi e o bode, é o símbolo da infidelidade. Há uma lenda que dizia que os homens cujas mulheres engravidavam de terceiros tinham que passar pela humilhação de desfilar com chifres de veado pela cidade. Desde então isso nunca mais saiu da cabeça alheia.
Somos galhados desde eras inimagináveis. O homem da pedra, uma espécie de "homo cornelius", perdia sua mulher quando um homem com um tacape maior que o dele lhe roubava a fêmea.
Nas civilizações antigas a mulher que mais distribuiu um par de cornos foi Cleópatra, esta era PHD na arte do enfeitar as cabeças masculinas. Na Roma antiga os homens traiam uns aos outros e o maior traidor era chamado de César. Até nas histórias infantis temos sempre traições de bruxas mal-intencionadas, lobos comedores de velhinhas e outros seres do mundo da imaginação humana.
Na sétima arte existem centenas de filmes que retratam esse momento infiel. Alguns galãs, por incrível que pareça, também recebem espetadas, como Richard Gere. Em Dias de Paraíso empurra a mulher para outro homem, em outro filme, com o nome sugestivo de Infidelidade, é corneado pela mulher e o fato de ele assassinar o responsável apimenta seu relacionamento.
Mas na vida real, as coisas mudaram bastante, o que antes era uma ofensa agora virou até clube para juntar os amigos possuidores deste artefato decorativo. Mas conceito continua o mesmo. Aliás, ele se expandiu. Com a praticidade da tecnologia, existe até o corno virtual. Melhor ficar de olho na webcam...
Arte: Otávio Augusto - Ilustrador. Acesse aqui seu blog
O que faz: Fotógrafo.
Pecado gastronômico: Strogonoff de Frango no pão italiano.
Melhor lugar do Brasil: Jaçanã, meu bairro de infância.
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