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Por Redação Guia da Semana

Quebrando Tabus sobre TRH

A procura pela terapia está cada vez maior.

Foto: Sxc.Hu


Como já conversamos antes, a Terapia de Reposição Hormonal - TRH - vem aos poucos quebrando tabus. Mulheres que antes eram contra, hoje conseguem ver e sentir os benefícios desse tratamento, que traz novamente, o vigor e bem estar na vida das mulheres que entram na menopausa.

Hoje vamos contar sobre a prima da Dona Elsa e, quem sabe, até falar um pouco de todas nós, que por muitas vezes ignoramos a medicina, mas damos ouvidos para todos os tipos de notícias (novidades, tabus, etc).

Infelizmente, é fato que existe uma resistência a mudanças, mesmo que faça parte da evolução do homem. Em outras palavras, as pessoas envelhecem e seus órgãos envelhecem junto, mas é preciso cuidá-los como se faz na infância e na juventude.

Quando se é jovem, as mulheres vão ao dentista e vários médicos, tomam vitamina, fazem balé e muita ginástica. Na fase adulta, continuam os tratamentos clínicos, mas ao chegar aos 50 anos, diminuem as visitas preventivas como se nesta fase precisasse de menos cuidado. Ao contrário, o corpo precisa de mais atenção para ter a mesma resposta da época da juventude. Então, é importante lembrar: repor o que falta não é excesso é necessidade.

Se a mulher está debilitada, na menopausa, deve-se repor o hormônio; se está bem, é possível ficar ainda melhor hoje! O conceito da longevidade é talvez chegar aos oitenta anos com uma qualidade de vida muito boa.

Por influência da cultura geral, nossa personagem - a prima da Dona Elsa - tinha medo de fazer terapia de reposição hormonal - TRH. Então, decidiu trocar os alimentos tradicionais pelos que são feitos à base de soja; passou a fazer algumas receitas caseiras e iniciou ginástica para terceira idade.

Começou uma terapia com médicos que ´não queriam ouvir´ suas queixas e receitou um remedinho para dor de cabeça - ansiolítico "fraquinho", um antidepressivo e meio comprimido de anticonvulsivante. ´Mas menopausa provoca convulsão?´, ela questionou. O médico respondeu que é ´só para dar uma ajudazinha. Não é remédio, mas compra em farmácia´ .

Foto: Getty Images


Mas as queixas só pioravam a cada dia: ´doutor eu me sinto estranha. Tenho ondas de calor, tipo um mal estar passageiro, puxo as cobertas e me cubro a noite inteira, tenho insônia, estou irritada, nervosa, sem paciência, meu cabelo cai, acho que vou ficar careca deste jeito, unhas fracas, a pele seca; sinto meu rosto apagado e envelhecido. Porque as artistas não estão assim? Tenho muito cansaço, minha memória falha, estou engordando no abdômen, estou flácida, tenho ressecamento vaginal, falta de tesão na relação, não sinto nada - exceto às vezes que dói, tenho dor de cabeça todos os dias e muitas vezes sozinha choro com ou sem motivo´.

Depois de todas as reclamações, o médico que ainda não aceita a terapia de reposição hormonal opta por tratamentos paliativos, que resolverão os sintomas e não os problemas: ´Vou prescrever um remedinho para depressão, cefaléia (dor de cabeça), fitoterápico para os calores, um calmante, e se não resolver, um pouquinho de hormônio. Ah! Mas a senhora já tentou homeopatia e acupuntura?´, finaliza o especialista.

Com muitas dúvidas, a prima de Dna. Elsa indaga ´um pouquinho de hormônio não faz mal e durante toda a juventude, encharcada de hormônio vivia bem, como posso viver hoje dessa maneira?`

Ela seguiu a recomendação médica sobre os riscos da terapia de reposição hormonal e tomou vários medicamentos para sintomas, mas como não fez a reposição de maneira adequada, precisa do tratamento de um ortopedista devido a uma fratura de fêmur, decorrente da osteoporose. ´O médico disse que o desgaste ósseo é decorrente da falta de hormônio ocorrido na menopausa´, conta.

O ginecologista teve medo de indicar a TRH, mas quem sofreu foi a prima da Dona. Elza, que ficou com osteoporose e sozinha, porque junto com hormônios o casamento também acabou. Os filhos casaram e ela fica em casa pensando se não teria valido a pena ter vivido melhor por quanto tempo fosse.

Definitivamente, está na hora de quebrar os tabus sobre a Terapia de Reposição Hormonal. Cada caso é um caso, e deve ser avaliado com cautela pelo especialista. Por isso, confie sempre no seu médico, mas caso ele não esteja acertando no diagnóstico, procure uma segunda opinião.

O importante é poder viver com qualidade aos 20, 40, 50 anos e por toda a vida.

Leia colunas anteriores de Denise Coimbra:

 Qualidade de vida na Maturidade


 A importância da Terapia de Reposição Hormonal


 Se quiser ser mãe, cuide de seu útero


Quem é a colunista: Denise Coimbra é médica ginecologista e obstetra.

O que faz: é formada pela Santa Casa de São Paulo. Participa do grupo de Reprodução Humana da UNIFESP e tem uma clínica em São Paulo especializada em Saúde da Mulher e Fertilização.

Pecado gastronômico: petiscos com cerveja, em um bar com amigos.

Melhor lugar do Brasil: Guarujá, onde curto meus fins de semana com meu marido e minha filha.

Como falar com ela: Acesse o site ou denise@dradenisecoimbra.com.br

Atualizado em 6 Set 2011.