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Após a popularização dos faróis de xenon no mercado, não faltaram os motoristas correndo para instalar um na primeira oficina que encontrassem. Mais estilo, mais visibilidade, a um bom custo-benefício. Essas lâmpadas substituíram muitos dos convencionais modelos halógenos. Afinal, duram cinco vezes mais do que as incandescentes, além de apresentar menor consumo elétrico, redução da emissão de calor e maior fluxo luminoso.
O que muitas pessoas esqueceram é que se instalado de forma incorreta, o xenon pode atrapalhar, e muito, todos os outros motoristas. Seu feixe de luz é bastante forte, podendo causar cegueira momentânea e, consequentemente, acidentes graves de trânsito. Modelos de fábrica já vem com mecanismos que corrigem a incandescência de acordo com a inclinação do veículo. Já os instalados no paralelo... Por essa razão que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran), no dia 1º de janeiro de 2009, editou medidas limitando a circulação desses faróis em todo o Brasil.
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A legislação
A resolução do Contran afirma que só podem rodar com faróis de xenon os carros com um sistema de regulagem de altura das lâmpadas, ativados por desníveis na pista ou sobrecarga no porta-malas. Além disso, também são obrigatórios limpadores de farol, para que uma sujeira não mude a direção do facho de luz.
Ao contrário dos kits de adaptação vendidos no Brasil, os modelos de luxo importados já vêm de fábrica com essa tecnologia. Ou seja, quem instalou o xenon no seu automóvel vai ter que se adaptar às novas regras e - através de inspeção realizada pelo governo - adquirir o certificado de segurança veicular (CSV), inscrito no documento do veículo. O desrespeito à norma é uma infração grave, com punição de cinco pontos na carteira, multa de R$ 127,00 e retenção do veículo.
O que fazer?
Quando surgiu no Brasil, há cerca de dois anos, um kit de lâmpadas de xenon custava cerca R$ 1.800. Realizamos uma pesquisa entre algumas oficinas de São Paulo, pela qual constatamos que antes da nova regulamentação entrar em vigor, era possível instalar um kit pagando entre R$ 500 e R$ 1000. Devido à implantação da lei, as concessionárias optaram por não fornecer mais o serviço de instalação, pois não possuem os meios para implantar o sistema de regulagem e de limpeza de faróis.
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Impasse
De acordo com a assessoria de imprensa do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, apesar da lei já existir, ela ainda não foi normatizada, estipulando quais são os lugares de inspeção e o modo pelo qual a fiscalização vai ocorrer. Já o Denatran enfatiza que ela está em vigor, e que os condutores fora das especificações já estão sujeitos às penalidades.
A Polícia Militar também ainda não apresentou um número oficial de infratores. A intenção é boa, mas as autoridades responsáveis pela inspeção ainda estão batendo cabeça. Pelo visto, as estradas continuarão sendo ofuscadas com a luz intensa dos xenons irregulares por algum tempo. Por via das dúvidas, se você acha esse um acessório indispensável, é melhor começar a procurar um carro importado.