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Dizem que o que move o mundo é o dinheiro e o que move as mulheres é a vaidade. A palavra é sugestiva - vá idade. As mulheres repudiam de uma maneira geral o passar dos anos, não a maturidade, o conhecimento, o poder, a inteligência, mas as marcas deixadas como pagamento a tudo que foi adquirido. Por tudo se paga, às vezes com sofrimento, às vezes com espera. Não seria um mundo ideal nascer velho e morrer novo. As mulheres seriam fortalezas em seu companheirismo e encontrariam seus maridos também velhos, não charmosos ou grisalhos, mas velhos, barrigudos, aposentados, compartilhando a companhia do porto seguro.
Veja, na ordem natural os homens passam de adultos a charmosos e para alguns - mais endinheirados - este charme pode durar cerca de dez anos. Ao contrário, a mulher logo passa a ser senhora, de meia e inteira idade. Os cabelos embranquecem e isto não é charme, é velhice mesmo. Reparou que os homens embranquecem espaçadamente e que as mulheres logo fazem um tufo branco, que é para marcar de vez. Alguns ficam carecas... Ah! Algumas também quase ficam.
No nosso mundo ideal, a mulher que já sabe que a própria felicidade está a seu cargo, estaria remoçando, adquirindo curvas, calcando postos perdidos com a descrença da experiência por idade, conhecendo a fraqueza dos homens que pedem arrego no final da vida, depois que as forças acabam. "Eu vou te proteger", diz ele. "Ilusoriamente por muito pouco tempo perto do que eu vou te aturar", responde ela. Agora nós temos a mulher de quarenta anos voltando, charmosa ou não, inteira e resolvida: "Fico com você porque gosto, amanhã é outro dia" ou "eu ficaria com você para construirmos juntos o nosso futuro", diz ele.
Ele quer um sócio, de alguma maneira o homem maduro procura um sócio: para jogar bola, torcer para um time, fazer churrasco, beber...E a mulher segura quer a vaidade, a emoção. Em poucos anos, ela terá a vivência de 50 anos, a maturidade de 40, a inteligência dos 30 e o corpo dos 20. Quem arrebataria esta mulher? Somente o emocional. A mulher é cíclica, movida a hormônios variáveis, logo ela é vulnerável.
Seria capaz, por vaidade e conquista, de reconstruir a história de sua vida, ajeitar as mágoas passadas, aguentar o descaso do período charmoso, talvez alguns deslizes na maturidade, engolir a presunção do sucesso absoluto do homem e encontrar aquele rapaz de olhar cativante, que um dia a fez acelerar o coração. Essas somos nós, as mulheres pouco racionais, emotivas e movidas quase sempre pela vaidade. Até pela vaidade de ser sempre muito generosa.
Leia as coluna anteriores de Denise Coimbra:
Quebrando os Tabus sobre TRH
Qualidade de Vida na Maturidade
A importância da Terapia de Reposição Hormonal
O que faz: é formada pela Santa Casa de São Paulo. Participa do grupo de Reprodução Humana da UNIFESP e tem uma clínica em São Paulo especializada em Saúde da Mulher e Fertilização.
Pecado gastronômico: petiscos com cerveja, em um bar com amigos.
Melhor lugar do Brasil: Guarujá, onde curto meus fins de semana com meu marido e minha filha.
Como falar com ela: denise@dradenisecoimbra.com.br ou acesse seu site.