Cinema
Por Juliana Varella

“Copa de Elite” parodia sucessos do cinema nacional

Comédia faz pout-pourri com filmes como “Tropa de Elite” e “De Pernas pro Ar”.

Marcos Veras interpreta Jorge Capitão, uma paródia de Capitão Nascimento (Divulgação)

Há poucos anos, um filme como “Copa de Elite” não seria possível no Brasil. Sátira nos moldes de “Todo Mundo em Pânico” e “Inatividade Paranormal”, o longa de Vitor Brandt depende do sucesso de outros filmes nacionais para provocar o riso – e, para a surpresa de quem pensava que o cinema brasileiro ia de mal a pior, a lista de referências é bastante longa.

Se eu Fosse Você”, “Tropa de Elite”, “De Pernas pro Ar” e “Chico Xavier” são apenas alguns dos longas facilmente identificáveis entre as piadas que constroem a comédia. Também se faz humor com celebridades (como Bruno de Luca, que interpreta ele mesmo), com a Copa do Mundo e com o Papa – nada ofensivo.

A equipe evitou a polêmica e pediu autorização a todos os diretores envolvidos. Também não mergulhou em questões políticas, mesmo abordando o campeonato num momento de tanto conflito. A única crítica mais ácida, ironicamente, diz respeito ao próprio cinema nacional – ridicularizado em dois momentos.

Num deles, um personagem afirma que não assiste a filmes brasileiros, pois têm muita “putaria e palavrão”. Seria uma piada, se o mesmo filme não dependesse tanto de palavrões para fazer seu humor. Já o sexo está contido: rende apenas algumas tiradas com vibradores e uma cena com uma estátua fálica que lembra “Laranja Mecânica”, de Kubrick.

Marcos Veras e Júlia Rabello comandam o elenco confortavelmente, sem afetações. Veras é Jorge Capitão, um oficial do BOP (sem o “E”) que perde o emprego depois de salvar o mais importante jogador da Argentina das mãos de traficantes. Quando descobre que o Papa virá ao Brasil, e que ele corre perigo, Capitão decide agir sem a ajuda das forças armadas.

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No caminho, o protagonista conhece Bia Alpinistinha (Rabello), dona de um sex shop que se junta a ele na missão. Rafinha Bastos aparece mais caricato, no papel de um ator internacionalmente famoso. Anitta e Thammy Miranda também têm participações – bastante discretas, diga-se de passagem – e Alexandre Frota encarna simpaticamente a mãe de Capitão.

“Copa de Elite” não inova em termos de comédia – estão ali os velhos recursos dos tempos de Trapalhões, como anões agressivos, gays enrustidos, fantasmas, explosões e afins. Provavelmente, o filme não será lembrado pelo público como aqueles a que parodia. Mas esperem um ano: este é apenas o início de uma nova tendência no cinema nacional.

Assista se você:

- Gostou dos filmes parodiados
- Gosta de comédias nacionais
- Procura um filme leve para não pensar muito

Não assista se você:

- Não gosta de filmes ao estilo “Todo Mundo em Pânico”
- Não gosta de humor pastelão
- Procura uma comédia mais ácida

Por Juliana Varella

Atualizado em 15 Abr 2014.