Conheça 10 Influências de Círculo de Fogo

A franquia de animes nascida em 1979 (que rendeu uma infinidade de sub-séries até os dias atuais) inaugurou o conceito de robôs “reais” na animação japonesa, construídos com tecnologia de ponta e dependentes de energia, como no mundo real. Além da parafernalha técnica que tem tudo a ver com “Círculo de Fogo”, Gundam também tratava seus robôs como armas a serviço do homem, e não como seres pensantes e emocionais.

Aqui, a referência é um pouco mais distante. O livro de H. G. Wells é considerado a primeira obra de ficção científica a apresentar um robô pilotado por seres pensantes – um “mecha”, como é chamado. Os mechas acabaram se tornando populares e formando um gênero em si, especialmente na animação japonesa e nos filmes de tokusatsu (veja no item 1).

O Colosso é um quadro atribuído a Francisco de Goya, cuja autoria é alvo constante de questionamentos. A pintura mostra um homem gigante andando sobra as montanhas dos Pirineus, com neblina na altura da cintura. Interpretações indicam que a obra representa a reação dos espanhóis à ameaça da invasão napoleônica. O diretor Guillermo Del Toro citou a referência mais de uma vez em entrevistas.

Não basta ter monstros gigantes ameaçando a Terra ou heróis gigantes defendendo o planeta: é preciso ter os dois juntos. Em Ultraman, personagem criado em 1966 no Japão, quem protege os humanos não é um robô, mas é um homem capaz de se tornar tão grande quando os invasores. Mais do que o tamanho, Ultraman lutava usando artes marciais, como os Jaegers (robôs) de Del Toro.

Fãs de animes não vão demorar a perceber semelhanças de Círculo de Fogo com a obra de Hideaki Anno. Em Evangelion (do mangá original de 1995 até as séries e filmes derivados), robôs gigantes são pilotados por adolescentes, que precisam entrar em sincronia total. Além disso, os robôs são “derrubados”, soltando-se da estrutura exatamente como os Jaegers, para combater monstros do mar. Mas, ao contrário do novo filme, Evangelion dá um peso muito maior às relações humanas e aos conflitos internos do que às lutas em si, além de ter um alto teor religioso.

Não é de hoje que monstros terríveis surgem das águas para ameaçar os navegantes. Dezenas de lendas envolvendo seres marinhos datam da Idade Moderna, quando os europeus começaram a se aventurar em embarcações para cruzar oceanos. Antes disso, o Kraken já povoava o imaginário nórdico, engolindo navios e, até recentemente, o Monstro do Lago Ness (uma serpente pré-histórica) era considerado uma criatura real entre os escoceses.

Outra obra de arte foi citada pelo diretor como referência para Círculo de Fogo – mais especificamente para as cenas de tempestade no mar. “A Grande Onda de Kanagawa” é uma gravura no estilo ukiyo-e, pintada em torno de 1830 por Katsushika Hokusai. O quadro é parte de uma série sobre o Monte Fuji e é a obra mais conhecida que usa essa técnica (semelhante à xilogravura).

Menos conhecido que Godzilla, “O Monstro do Mar Revolto” é um filme de ficção científica dirigido por Robert Gordon em 1955, com efeitos criados pelo “mestre do stop-motion” Ray Harryhausen. Esse monstro é fruto de um teste nuclear mal sucedido e começa atacando uma embarcação militar, mas depois sobe para a superfície e aterroriza São Francisco. Além da semelhança temática, algumas cenas de Círculo de Fogo lembram o peso dos antigos monstros animados em stop-motion, como uma homenagem.

Basta um olhar: os Kaijus (monstros) de Círculo de Fogo parecem grandes dinossauros, com traços de répteis e pele escamosa. Além disso, eles podem ser muito rápidos e até inteligentes!